Segundo o delegado Nagib Nassif Palma, a delegacia da cidade foi projetada para receber, no máximo, 68 presos, mas abriga 230 pessoas. Ele afirma que isso atrapalha o trabalho dos policiais. "Nós entramos pelo menos uma vez por semana, para poder tentar evitar fugas, checar. Então, você para a atividade investigativa, que seria a atividade-fim nossa, para ficar cuidando de presos", diz.
A delegacia fica numa área residencial e preocupa os moradores. As fugas da unidade têm sido constantes, já que os itens de segurança são insuficientes para suportar tantos presos.
De acordo com a Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), cerca de 1 mil presos já fugiram das cadeias do estado neste ano. Assim como em Campo Mourão, o principal problema é a falta de estrutura e a superlotação.
As delegacias do estado podem receber até 4.730 presos. Segundo a Adepol, no entanto, há 9,3 mil pessoas detidas. As obras prometidas pelo governo poderiam resolver o problema, já que abririam 6.756 vagas.
"O governo já está sendo alertado há muito tempo, não só pela OAB, mas pelos próprios funcionários de que a situação é insustentável. E ele precisa tomar providência", afirma o membro da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Joel Coimbra.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) reconheceu os problemas nas construções que não andaram. A pasta diz que foi necessário rever alguns projetos, devido a erros e que todas as alterações precisam passar pela Caixa Econômica Federal e pelo Departamento Penitenciário Nacional. A Sesp também afirmou que trabalha com a previsão de iniciar outras quatro obras nos próximos 40 dias.
Via G1PR
Nenhum comentário:
Postar um comentário