quinta-feira, maio 28, 2015

Homicídio - Jorge , diz que deu três pauladas na cabeça e esperou para vê-la morrer


A Polícia Civil elucidou o assassinato da adolescente Maria Eduarda Marques de Oliveira, 12 anos, encontrada morta na última segunda-feira, 25, em uma propriedade rural na comunidade de Linha São Francisco/ Sede Galdino. Jorge de Oliveira, 23, primo da vítima, confessou ter emboscado e matado a garota. As investigações apontam que a morte da menina tenha ocorrido ainda no domingo à tarde.
A vítima foi golpeada na cabeça por um pedaço de madeira, que foi apreendido para perícia técnica, sofrendo traumatismo crânio-encefálico, provável causa da morte. O delegado chefe da 19ª SDP de Francisco Beltrão, Valderes Luiz Scalco, concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem, 27, para contar detalhes do caso.
De acordo com ele, em busca de pistas que levassem à autoria do delito, os investigadores da Polícia Civil percorreram todo o trajeto feito pela vítima, quando provas foram sendo colhidas e devidamente catalogadas no auto do inquérito policial. "Segundo nos foi informado, ela costumava ir na casa do tio, que é também padrinho, para passear nos finais de semana e fazia o trajeto não pela estrada, mas por dentro da mata, por um carreiro."
Após confrontar as provas colhidas com as declarações das testemunhas, os indícios de autoria recaíram sobre o primo de Maria Eduarda. Ele foi identificado e interrogado na presença do delegado e do promotor de justiça Roberto Tonon Júnior e acabou confessando o crime.

Tentativa de violência sexual

O suspeito contou para a polícia que na noite anterior (sábado) tentou violentar sexualmente a prima, mas ela teria chamado a madrasta, que o repreendeu. "Inclusive, até para evitar futura intervenção dele, a madrasta se acautelou e colocou um colchão no chão do quarto do casal para a menina passar a noite."
No domingo, logo após o almoço, Maria Eduarda saiu em direção à sua residência, porém não chegou. "O pai teria pensado que ela ainda estava na casa do irmão dele. Foi na segunda cedo em busca de informações e tomou de surpresa que a menina tinha saído ainda no domingo. Iniciou as buscas e a encontraram em óbito", frisou Scalco.

Três golpes na cabeça

Jorge disse ter ficado com medo de que Maria Eduarda contasse ao pai, que é tio dele, sobre a tentativa de violência sexual. Também admitiu ter dado três golpes na cabeça da vítima e após ainda tentou cometer o abuso sexual, mas teria então se arrependido e desistido. Conforme o delegado, a informação inicial do médico legista é de que não houve violência sexual consumada. "São informações extraoficiais. O investigado falou durante interrogatório que teria baixado o calção que ela vestia, mas desistiu."
O suposto autor teria ficado meia hora ainda no local do crime, vendo ela agonizar e esperando para confirmar a morte da vítima. Depois disso, voltou pra casa, trocou de roupa e com a bicicleta rumou para a cidade, onde teria ido na casa de um irmão. Como não o encontrou, foi para outra localidade, na casa de um primo, retornando para sua residência ao anoitecer. Ele participou do velório, mas chamou a atenção dos investigadores que, apesar da tragédia, ele se mostrava frio.

Prisão temporária
Scalco pediu a prisão temporária de 30 dias ainda na noite de terça-feira, que foi autorizada pela justiça. Para a polícia, a autoria está esclarecida, mas as investigações ainda continuam por mais alguns dias, quando então deverá ser efetuado o pedido de prisão preventiva. O rapaz foi indiciado por homicídio com cinco qualificadoras (motivo fútil, cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, para ocultar outro crime e por feminicídio - em razão de o crime envolver violência doméstica e familiar) e por estupro de vulnerável, permanecendo preso à disposição da justiça.

Pedaço de pau denunciou

O pedaço de pau usado para golpear a menina na cabeça, e que foi encontrado próximo ao corpo, foi o primeiro elemento usado pela polícia para chegar até o autor, pois se assemelhava muito com uma pilha de madeira que tinha nos arredores da casa. Vidal Chagas, investigador, relatou que o local do crime diz muito sobre o ocorrido. "Buscamos de imediato onde teria sido cortada essa madeira e pudemos confirmar que foi cortada nas proximidades da casa do investigado. Começamos buscar outros indícios e informações e que nos levou a ter a certeza que este indivíduo estava envolvido, vindo a confessar na presença do promotor. Durante a missa e no enterro, de forma surpresa, ele ficou se esquivando de alguns parentes, não chegou nas proximidades do caixão e sempre frio. Isso chamou muito a nossa atenção", concluiu.

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