segunda-feira, dezembro 22, 2014

Obras de restauro do MIS são entregues após 10 anos fechado

As obras de restauro do Museu da Imagem e Som (MIS-PR), em Curitiba, foram entregues na quinta-feira (18), depois de ficar fechado por mais de anos. A cerimônia marca a conclusão dos trabalhos no Palácio da Liberdade, edifício histórico localizado na Rua Barão do Rio Branco, sede oficial do Museu, que deve ser aberto ao público em 2015, após todo o acervo ser transferido novamente para o local.

Para o secretário de Estado da Cultura, Paulino Viapiana, a volta do MIS-PR à sede oficial engrandece ainda mais o museu. "Estou muito feliz por estar entregando este espaço restaurado, mas ao mesmo tempo um pouco triste por ver que um equipamento cultural tão importante ficou fechado por tanto tempo por falta de manutenção e conservação", disse. "Um espaço cultural só tem função se estiver disponível para a população. Apenas assim ele cumpre o seu papel. Tenho certeza de que em breve o MIS-PR estará exercendo sua função de ser um centro de formação, debate e difusão das questões relativas ao audiovisual do Paraná", disse.

De 1989 até 2003, enquanto esteve no Palácio da Liberdade, o MIS-PR promoveu cursos e palestras com profissionais renomados na área do audiovisual, como Mauro Alice e Walter George Durst. Além disso, mostras importantes estiveram em cartaz no museu como, por exemplo, a exposição de fotos de Marlene Dietrich, Dario Vellozo e Chico Nogueira. Como ocorreu no passado, o museu irá retornar a programação que costumava ter e que aconteceu em espaços alternativas enquanto esteve fechado.

Para o diretor do MIS-PR, Fernando Severo, poder voltar à sede oficial é emocionante. "Ver o prédio restaurado e saber que estamos voltando para cá é algo que nos comove e nos orgulha. Pessoalmente tenho uma relação muito forte com este lugar, pois foi o primeiro local em que trabalhei quando comecei minha carreira como cineasta", comentou.

O museu possui um vasto acervo de filmes, fotografias, discos, fitas de áudio e vídeo e equipamentos de som e imagem, contando com uma biblioteca especializada com mais de 2 mil livros e periódicos sobre cinema, fotografia, música, memória e áreas afins. O acervo, que conta uma boa parte de nossa história, é alvo constante do interesse de pesquisadores de diversas áreas, que têm acesso a qualquer item mediante solicitação prévia.

A coordenadora do Patrimônio Cultural da secretaria estadual da cultural, Rosina Parchen, falou sobre a importância histórica da construção, que já foi sede do Governo do Estado. "A importância histórica do Palácio da Liberdade é imensurável. Ele é tombado por esse motivo. Então, preservar construções como esta significa realmente resguardar a memória do Paraná", disse.

O diretor da empresa responsável pela obra, Claudio Maiolino explicou que o edifício estava bem degradado em função do abandono por anos. "A primeira fase foi a mais difícil porque havia problemas estruturais sérios, como o telhado com risco de queda e rachaduras, entre outros. A segunda etapa foi mais tranquila porque já havíamos eliminado os riscos e começou o trabalho mais interno"

Obras - Em 2012, o Governo do Estado promoveu, por meio Secretaria de Estado da Cultura promoveu, com recursos próprios, a primeira etapa dos reparos, com o reforço estrutural das fundações do edifício, a recuperação total da cobertura, um novo cintamento em concreto para reforço das paredes externas e internas, além da retirada dos pisos do pavimento superior e proteção de elementos decorativos para posterior recuperação, totalizando investimento de cerca de R$ 400 mil.

No fim de 2012 foi realizada a licitação para a segunda etapa dos trabalhos, que englobaram a restauração completa do edifício. O projeto contemplou obras de recuperação de forros e pisos, das pinturas murais e, também, novas instalações elétricas, hidráulicas, lógicas e sanitárias. Os sistemas de segurança e monitoramento, adequação ao novo uso com salas de exposição e pequeno auditório e pintura total do edifício também fizeram parte desta etapa.

A realização desta grande obra permite agora a reutilização do prédio pelo MIS-PR, que desde 2003 funciona em sede provisória, na Rua Máximo João Kopp, 274, bloco 4, no bairro Santa Cândida. Para os custos finais de restauro do prédio foi destinado R$ 1,3 milhão.

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