quinta-feira, outubro 27, 2011

Maringá: Ex-Secretario de Finanças Luiz Antonio Paollichi é assassinado

O carro foi encontrado em uma propriedade rural do distrito de Floriano

O ex-secretário de Fazenda de Maringá Luiz Antônio Paolicchi foi encontrado morto na noite desta quinta-feira (27). Segundo informações preliminares da Polícia Civil, o corpo estava amarrado dentro do porta-malas de um veículo no distrito de Floriano, em Maringá.

O carro foi encontrado em uma propriedade rural. Moradores da região informaram que o veículo, um Fiat Idea, estava no local desde as 7 horas. Paolicchi foi morto com vários disparos de arma de fogo. A polícia ainda não tinha suspeitas de quem teria cometido o crime.


Envolvido em diversas ações judiciais, Paolicchi já foi preso por desvio de verba pública, tendo sido condenado a devolver R$ 500 milhões à Prefeitura de Maringá, juntamente com outros envolvidos, entre eles o ex-prefeito Jairo Gianoto.

Em junho do ano passado, a Justiça Federal determinou intervenção judicial na administração da Mineradora de Águas Rainha LTDA, empresa pertencente ao ex-secretário. Uma auditoria constatou que a mineradora era gerida de forma fraudulenta.

Segundo os cálculos, Paolicchi devia R$1.838 milhão à Fazenda Nacional. Com a intervenção, 5% do faturamento da indústria foi penhorado, até que toda a dívida fosse saldada.

A indústria de produção e envase de água mineral, com sede em Iguaraçu, região Noroeste, era o único bem do ex-secretário que ainda não havia sofrido com confiscos judiciais. A ideia de usar a Mineradora Rainha para pagar as contas com a Fazenda Nacional partiu dele mesmo, que em janeiro buscou a Vara de Execuções Fiscais para sugerir a proposta.

Luis Paolicchi (de camisa rosa): vida luxuosa com o dinheiro desviado

Uma vida de extravagâncias

Luiz Antonio Paollichi era o secretário da Fazenda durante a gestão do ex-prefeito de Maringá Jairo Gianoto. Juntos, eles foram responsáveis por um dos maiores desvios de dinheiro público que se tem notícia no Paraná. Com o dinheiro desviado, os dois adotaram um estilo de vida luxuoso e de gastos extravagantes. Gianoto e Paolicchi, por exemplo, compraram de aviões, fazendas, colheitadeiras, insumos agrícolas e carros de luxo. A Justiça comprovou que o ex-prefeito depositou dinheiro da Prefeitura da conta da esposa e que Paolicchi investiu cerca de R$ 16 milhões em empresas de terceiros. Cerca de R$ 2,8 milhões serviram para pagar parte de um helicóptero.

Depois que as denúncias vieram à tona, Paolicchi teve sua prisão decretada e foi para a Itália. Permaneceu foragido por 51 dias, mas foi preso ao voltar para o Brasil, em 7 de dezembro de 2000. Gianoto também chegou a ser preso em 2006. Ele já havia sido condenado a 14 anos pelo desvio de dinheiro na prefeitura, sonegação fiscal e formação de quadrilha, mas estava foragido. Foi preso ao procurar atendimento de saúde, depois de um acidente de carro.

Em 2003, Gianoto também sofreu uma condenação administrativa no Tribunal de Contas do Estado (TC). A decisão inicial obrigava à devolução de R$ 46 milhões. Em 2009, um recurso no TC foi negado, e a condenação, mantida.

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