terça-feira, janeiro 17, 2017

Caminhoneiros decidem paralisar rodovia a partir de quarta-feira


A principal pauta de reivindicação dos caminhoneiros é o valor do frete que hoje gira entre R$ 40,00 e R$ 50,00 a tonelada.

O protesto dos caminhoneiros iniciado na sexta-feira (13) em Rondonópolis (MT) deve chegar hoje ao Sudoeste do Paraná com mobilizações da categoria em pontos específicos da BR-163, possivelmente sobre a ponte do Rio Iguaçu. Na noite de ontem uma reunião do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos do Sudoeste), em Realeza, discutiu a adesão. Até o fechamento desta edição o encontro não havia sido encerrado, mas os caminhoneiros estavam dispostos a iniciar os protestos a partir das primeiras horas de hoje.

A principal pauta de reivindicação dos caminhoneiros é o valor do frete que hoje gira entre R$ 40,00 e R$ 50,00 a tonelada, o que para eles é inviável. Para o Sinditac, o preço deveria ser de R$ 80,00 a R$ 85,00 para que o caminhoneiro consiga pagar os custos de viagens e tenha lucro. Apesar do aumento do óleo diesel nas últimas semanas, o valor do combustível não é a principal pauta de reivindicação.

O caminhoneiro Idair Parizoto, ligado ao Sinditac, diz que os motoristas do Sudoeste já estão se organizando para interdição da BR-163. “É uma mobilização em apoio a manifestação que se iniciou lá em Rondonópolis e que vai se estender. Nós temos informação de que o Rio Grande do Sul está mobilizado em dois ou três pontos”, afirma. Segundo ele, desta vez os caminhoneiros não irão “afrouxar” e cair na conversa do governo sobre a lei que estabelece o preço mínimo do frete e que até agora não saiu do papel. Um projeto tramita em comissões da Câmara dos Deputados, mas ainda não há previsão de quando será aprovado em plenário.

O projeto de lei 528/2015 foi criado após as paralisações realizadas no primeiro semestre de 2015 quando o país praticamente parou após uma greve nacional deflagrada pela cateoria. O projeto tem como finalidade estabelecer uma tabela de preço mínimo para o frete que hoje, segundo os caminhoneiros, não cobre os custos de operação do setor de transporte de cargas.

A paralisação dos caminhoneiros logo no início da colheita inevitavelmente afeta o transporte da safra agrícola. A estimativa de consultores agrícolas é de que o Mato Grosso já colheu 4% de sua área de soja até quinta-feira, percentual que representa cerca de 1,2 milhão de toneladas, no maior volume já registrado para a colheita nesta época no Estado.

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