quinta-feira, julho 14, 2011

Paróquia adota política nos sermões contra corrupção

No próximo sábado (16), às 10h, a comunidade da Paróquia São José Operário, junto a outras igrejas e cidadãos de Londrina, vai fazer carreata até o Calçadão, “expressar publicamente a indignação pela corrupção”. A definição é do padre Jaime Alonso. Ele falou na tarde desta quinta-feira (14).

O Ministério Público investiga um esquema de corrupção na cidade, pelo qual agentes públicos e empresas operariam um esquema de desvio e propina, com dinheiro da saúde. O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Federal começaram a prender em maio deste ano. Em junho, a promotoria chegou a pedir o afastamento do prefeito Homero Barbosa Neto (PDT). Até hoje, 21 pessoas foram presas.
De acordo com Alonso, “a inspiração para a manifestação veio da necessidade de expressar publicamente a indignação pela corrupção. Desta vez, queremos demonstrar apoio ao Gaeco nas investigações, mas temos feito caminhadas desde fevereiro, desde que as coisas passaram a piorar”.

O padre diz que o apoio à moralização não pode ser feito somente através de orações, o que a paróquia não deixaria de fazer, mas que é preciso também agir. Nos sermões, os temas políticos estariam aparecendo comumente, porque “o povo precisa criar consciência. O povo simples não merece que não se abram os olhos, precisam entender que estão sendo enganados”.
Não teria havido, até o momento, fiéis contrários à politização da paróquia. “Não é uma questão da paróquia. Também conversamos com pastores de outras igrejas. E também não é uma questão partidária. É um movimento nascido do povo”. Então o padre católico cita palavras que atribui a Gandhi: “Quem diz que política e religião não têm nada a ver, não entende de política”.
Para ele, “o evangelho de Jesus Cristo foi inserido em uma política concreta. Estamos falando de governar a coisa pública”.

Ainda na opinião de Alonso, que está em Londrina há 17 anos, o Brasil é um dos países em que mais se engana o povo. Para ele, abusos como os cometidos na saúde de Londrina não seriam tolerados na Argentina ou no Chile. “E a culpa é dos políticos”, finaliza.

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